As conquistas, os avanços e os desafios das políticas públicas de assistência aos portadores do vírus HIV/Aids no Maranhão serão discutidos até o próximo sábado (19), em seminário aberto nesta quinta-feira (17), no auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), em São Luís, com o tema “Celebrando a rede e reinventando o ativismo”. O evento, promovido pela Rede de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e a Associação Guerreiras da Vida, contou com a presença da defensora geral do Estado, Mariana Albano de Almeida, que foi uma das homenageadas com placa de reconhecimento pelo compromisso da instituição com a luta dos movimentos de defesa dos direitos dos soropositivos no estado.

Para Mariana Albano, ao dar continuidade à parceria com os movimentos sociais de defesa das populações vulneráveis, a Defensoria Estadual cumpre com seu papel institucional na garantia de direitos fundamentais. “Nos últimos anos, paralelamente ao processo de consolidação da Defensoria, que tem apenas 13 anos de existência no Maranhão, reforçamos o trabalho de aproximação com a sociedade civil por entender que temos muito a contribuir com as ações realizadas pelos movimentos na construção de uma sociedade mais justa e solidária”, destacou a defensora geral. Ao agradecer a homenagem, Mariana reafirmou a parceria, colocando a instituição à disposição das pessoas que vivem com HIV, sobretudo no que se refere ao combate ao preconceito, ainda muito presente na nossa sociedade.

Na sua fala, o subdefensor geral do Estado, Werther de Moraes Lima Junior, demonstrou preocupação com o crescimento no número de infectados pelo vírus no Maranhão, embora a estatística nacional tenha apontado uma desaceleração. “Lamentamos muito o Maranhão figurar entre os estados cuja epidemia continua em ascensão, o que reforça a necessidade de andarmos de mãos dadas para que, juntos, possamos reverter esse quadro”.

Para a representante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, a defensora pública Clarice Binda, um dos caminhos para evitar o avanço da doença é a educação. “Como integrante do Conselho de Direitos Humanos, conhecendo mais as questões relacionadas aos portadores de HIV, vejo o quanto é importante instrumentalizarmos as escolas para o controle da epidemia e também para o combate ao preconceito”.   

Segundo um dos coordenadores do seminário José Ricardo Santos, o evento marca os 19 anos de implantação no estado da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, bem como dos nove anos de existência da Associação Guerreiras da Vida. “Temos atualmente, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, até junho deste ano, aproximadamente 11.460 casos de Aids no estado, sendo 5.500 só na região da grande São Luís. O que pretendemos com esse seminário é reforçar os canais de divulgação sobre a doença para evitar o diagnóstico de novos casos e assegurar uma rede de atendimento e todos os demais dispositivos de amparo legal aos portadores”, disse o presidente da Rede de Pessoas Vivendo com HIV/Aids no Maranhão.

Para a presidente da Associação Guerreiras da Vida, Ana Creuza de Sousa, embora o movimento já tenha alcançado algumas conquistas, é necessário continuar discutindo e cobrando das autoridades competentes a aplicação correta das políticas públicas voltadas ao segmento. “As necessidades das mulheres com o vírus vão além da mera assistência, uma vez que a maioria é vítima de vários tipos de violência, dentre eles a psicológica. A nossa primeira missão é trabalhar a autoestima dessa mulher para que ela se fortaleça e comece a buscar os seus direitos”.

Assim como a defensora geral Mariana Albano de Almeida, dezenas de representantes de instituições, na grande maioria da sociedade civil, além de militantes do movimento, foram homenageadas na oportunidade. A mesa de abertura do evento contou com a presença do coordenador do Programa Municipal de DST/Aids, Claudean Serra, do representante do Programa Estadual de DST/Aids, Orlando Frazão, da coordenadora do grupo Solidariedade é Vida, Irmã Mônica, da presidente do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas no Maranhão, Francisca Miranda, e do representante da Rede de Adolescentes Jovens Vivendo com HIV/Aids, Jadilson Neto.