Com a exibição do filme “Transamérica”, a Defensoria Pública do Estado, por meio da sua Escola Superior (Esdep), realizou mais uma edição do projeto “Cinema e Direito", que visa estimular a discussão de temas relacionados à cidadania e direitos humanos através da exibição de filmes e documentários. Defensores públicos, acadêmicos de cursos de Direito, servidores da DPE/MA e convidados prestigiaram a exibição da película. 

Convidado especial da Esdep, o professor do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Rômulo Sauaia Marão, mediou as discussões após a exibição do filme. A produção conta a história de uma transexual que ao receber a ligação do filho que não sabia que existia - ele está preso em Nova York por prostituição e porte de drogas - empreende uma viagem para resgatá-lo da prisão e construir uma nova forma de relação com o filho, superando a tradicional divisão de papéis por gênero, já que ela é uma mulher que é pai. 

Segundo a coordenadora do projeto, a defensora pública Lindevania de Jesus Martins Silva, o "Cinema e Direito" tem por objetivo explorar as características da sétima arte, estimulando a construção de um novo olhar sobre a existência do outro e trazendo a   experiência alheia à nossa realidade. O projeto, segundo a defensora, visa fomentar uma reflexão sobre a realidade social e cultural, a partir de diferentes pontos de vista. 

“A temática nos permitiu aprofundar essas experiências, trazendo para o foco a relação de uma transexual feminina com seu corpo, desse corpo com o mundo, bem como seus esforços para readaptar esse corpo a um ideal. Quais os desafios que uma experiência como essa nos propõe, que, sob o manto de singularidade, esconde uma quase universalidade na qual o corpo - porque é negro, porque é do "sexo frágil",  porque é gordo, é quase sempre fonte de desconfianças, preconceitos e até agressões? Quais as respostas possíveis?", comentou. 

A sessão contou ainda com a participação do diretor da Esdep, Cristiano Matos de Santana, dos também defensores Luiz Armando de Menezes Nunes e Edilson Santana Gonçalves Filho, da assessora do Ministério Público estadual (MP/MA), a advogada Amanda Natália Alexandre, e de Ana Gisele Soares Carvalho, integrante do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, também do MP/MA.