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Idosos, deficientes auditivos e visuais, cadeirantes e adolescentes em conflito com a lei, acompanhados pela Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), tiveram a oportunidade, nesta quinta (29) e sexta-feira (30), de assistir a filmes da 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que foi encerrada ontem, 30, em São Luís. A iniciativa, aprovada pelos grupos levados pela Defensoria Estadual, ajudou a popularizar a exibição dos filmes da Mostra, que aborda temáticas relacionadas a segmentos que historicamente não têm acesso às salas de cinema.
O deficiente visual Juarez dos Santos Abreu recebeu a programação em braile e o rádio audiodescrição, equipamento que narra cena por cena as montagens cinematográficas exibidas na tela grande, e que permitiu o acompanhamento da sessão do longa “Santo Forte”.
“Desde que perdi a visão, há sete anos, não frequentava um espaço como este. Agora, graças a essa iniciativa da Defensoria Pública, tenho a felicidade de assistir a um filme no cinema”, destacou Juarez, que esteve acompanhado por um grupo de mais de sessenta pessoas com deficiência, dentre eles, deficientes auditivos, que receberam o auxílio do recurso closed-caption (legendas).
Idosos - A emoção tomou conta dos mais de cem idosos que compareceram ao último dia da Mostra para assistir ao longa-metragem “A Demora”, de Rodrigo Plá. Conforme a sinopse, o filmo uruguaio conta a história de Augustín, de 80 anos, que acaba se perdendo na rua, gerando uma angústia na família. Um antigo vizinho o traz de volta, retomando contato com a filha de Augustín, mãe de três filhos. O episódio faz com que ela decida mandá-lo para um asilo.
A viúva Maria Antonia Sousa Louzeiro, 67, moradora da Maiobão, pertence ao Grupo de Idosos Sagrada Família, e era uma das mais animadas para a sessão. Para ela, essa oportunidade é o reconhecimento de uma instituição que valoriza o idoso e sabe da importância desses momentos de lazer para o segmento da terceira idade. “Me sinto muito feliz por está aqui com os colegas de minha geração”, afirmou.
Interno do regime semiaberto do Centro de Juventude Nova Jerusalém, da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), o adolescente R.P.S também comemorou a oportunidade de ir ao cinema. “Para mim é muito difícil ir ao cinema. É muito caro e minha família não tem condições de pagar. Por isso, gostei muito de estar aqui hoje”, contou o jovem que cumpre medida socioeducativa.
Os grupos foram levados pelas assistentes da DPE, Silene Gomes, coordenadora do Núcleo Psicossocial, Isabel Lopizic, coordenadora do Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (Ciapvi), e Lívia Carvalho, coordenadora do Núcleo de Apoio à Pessoa com Deficiência (Ciapd).
A mostra, que foi realizada pela terceira vez em São Luís, reuniu produções do Brasil, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia e Equador. Este ano mais de 200 filmes foram inscritos e 37 selecionados, entre longas, médias e curtas-metragens preocupados com as questões práticas relacionadas aos valores e direitos humanos essenciais.
Temas como o direito à terra, ao trabalho, à inclusão social, à diversidade étnica, à diversidade religiosa, à solidariedade intergeracional da cidadania LGBT, o direito à memória e à verdade, direitos dos povos indígenas, das pessoas com deficiência, da pessoa idosa, da criança e do adolescente, da população carcerária, da população afro descendente e dos refugiados estiveram presentes na programação. A mostra, que é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobrás, conta com o apoio local da Defensoria Pública do Estado.
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