Reunião discute remoção de palafitados

23/09/2011 #Administração
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O medo de ficar sem um teto para morar levou as pessoas que habitam as palafitas do Ipase de Baixo a pedirem ajuda à Defensoria Pública do Estado (DPE). Os moradores descobriram há duas semanas que as casas serão desapropriadas para a construção da Via Expressa. Para resolver o problema, foi realizada uma reunião na tarde de ontem (quinta-feira) na sede da DPE, no Centro, com membros da Defensoria e representantes da comunidade, da Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), da União por Moradia Popular e da Defensoria Pública da União (DPU).

O defensor público Alberto Guilherme de Tavares Araújo e Silva informou que a Defensoria foi acionada há cerca de duas semanas quando os moradores foram comunicados por equipes da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) que a área seria desapropriada para a construção da via estadual. “Eles relataram que foi oferecida a quantia de R$ 1mil a R$ 3 mil para as palafitas. Esse dinheiro não resolveria os problemas de moradia, apenas mudaria o seu endereço”, explicou.

Diante de representantes da comunidade, o secretário adjunto de Projetos Especiais da Secid, Antônio Gualhardo dos Prazeres, apresentou a proposta pensando pelo governo do estado para garantir a moradia digna para os moradores da palafita. Antônio Gualhardo informou que será feito um cadastramento das famílias que moram no local para solicitar, junto ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal (CEF), a inclusão dessas pessoas no programa Minha Casa, Minha Vida.

O representante da Secid adiantou que se as obras forem iniciadas e as famílias ainda não tiverem sido contempladas com o programa federal, serão atendidas com o benefício do aluguel social até que as novas casas sejam providenciadas. Ele explicou que o valor atual do benefício corresponde a R$ 200, mas que diante da dificuldade para encontrar imóveis na cidade sendo comercializados nesse valor, o governo estuda um aumento para R$ 300 ou R$ 400.

Durante a reunião, Antônio Gualhardo ressaltou que a escolha do Programa Minha Casa, Minha Vida poderá ser alterada, mas que será a primeira tentativa a ser concretizada pelo governo caso os moradores aceitem. Os três representantes da comunidade que participaram da reunião foram favoráveis à escolha do programa. Eles destacaram a preocupação em manter a união de determinados núcleos da comunidade.

O secretário adjunto de Secid avisou que o Estado está desapropriando algumas áreas para uso de interesses sociais e que tentará ser providenciada uma com capacidade para todos os moradores da região com palafitas, que totalizam 37 famílias segundo moradores. “É importante que esse número de famílias seja cadastrado corretamente porque essas serão incluídas no programa. O que percebemos é que onde chega a informação de que a Via Expressa vai passar explode a construção de casas”, disse Antônio Gualhardo.

Os participantes acordaram que outra reunião será realizada na próxima semana, desta vez na comunidade, envolvendo os representantes do governo e da Defensoria para conhecer as necessidades da população que será atingida pela obra. A visita também servirá para dialogar com os demais moradores sobre a proposta apresentada na tarde de ontem pelo governo. Ainda não há data definida.

Personagem da notícia

Teto, motivo de orgulho - O pedreiro Nilton Jorge Rodrigues Silva, 38 anos, mora há uma década no Ipase de Baixo em uma palafita construída com as próprias mãos. Ele afirma que tem orgulho de morar no local, apesar das queixas das pessoas que veem o problema de fora. “Apesar de ser encima da lama, isso aqui é meu. Na casa dos outros, você é sempre o último a dormir e o primeiro a acordar”, declarou.

O homem ganha pouco e afirma que ficou com medo de ter que abandonar o local sem ter a garantia de outra casa para morar com a esposa. Ele explica que assim que foram abordados pelas equipes do governo, a proposta foi para receberem até R$ 5 mil. Assim como os demais moradores, o pedreiro argumentou que o valor é insuficiente para conseguir outra casa, ou mesmo a compra de um terreno.

A possibilidade de ser incluído no Programa Minha Casa, Minha Vida agradou Nilton Silva. “Seria bom, estamos lutando para ter moradia, o problema é a falta de um local para morar”, destacou. O morador afirmou que ter um cantinho para morar é a vontade de todos os trabalhadores que conhece.

 

Fonte: O Imparcial

 

 

 

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