No Dia Nacional de Lutas das Pessoas com Deficiência, histórias de vida fazem acreditar que é possível lutar para eliminar dificuldades
Sorriso fácil, muito paciente e cheio de esperança. Está se falando de João Alves da Silva Filho, 26 anos, que teve sarampo aos dois anos de idade e acabou ficando deficiente visual. João Alves disse que é uma pessoa feliz, pois, chegou a São Luís no ano de 2008 e, no momento, é estudante da 4º série do ensino fundamental na Escola de Cegos do Maranhão, localizado no Bequimão. “Morava em Porto Franco e como precisava estudar tiver que morar na Ilha”.
Para ele, a única insatisfação em habitar na capital é devido à questão da acessibilidade, pois os buracos e o esgoto aberto nas ruas e avenidas são os verdadeiros empecilhos durante a sua caminhada. “Ando com minha bengala, mas mesmo assim não deixo de pegar quedas e cair dentro de esgoto, isto é terrível”, comentou.
Estes foram um dos motivos que o levou a participar da caminhada que ocorreu na tarde de ontem na Praça Dom Pedro II, no Centro. Vários cadeirantes, deficientes visuais, portador de paralisia cerebral davam o grito de ordem em buscar de acessibilidade melhor na cidade. Este ato faz parte de uma das programações do Dia Nacional de Lutas das Pessoas com Deficiência.
Sobre o Dia
Por volta das 15h, a Praça Dom Pedro II estava tomada pelas pessoas com deficiências mesmo tendo inúmeras dificuldades para chegar até o local. Francisca Mendes Sousa, mãe de Luciana Mendes, que é portadora de paralisia cerebral, falou que pegou dois coletivos para chegar ao Centro, pois mora no Sá Viana.
Ela ainda disse que sofre há mais de 20 anos devido a falta de acessibilidade na cidade para os deficientes. “Tenho que levar a minha filha para fazer aulas de Capoeira no CDPae, que fica na Rua do Sol. Durante o percurso, tenho que fazer um verdadeiro malabarismo para não sofrer nenhum acidente devido os buracos e os carros que tomam conta das ruas e calçadas, principalmente no Centro”.
Dílson Bessa, coordenador do Fórum Maranhense das Entidades de Pessoas com Deficiência e Patologia, disse que o momento é para demonstrar os problemas que o grupo vem passando dia a dia na cidade, inclusive, os acessos aos locais públicos. “O dia envolve questões como justiça social, direitos humanos, cidadania, democracia, igualdade social e respeito às diferenças. Não deixar de falar sobre uma longa história de desigualdades e de exclusão do acesso a diversos serviços e bens públicos”.
Bessa ainda falou que desde o ano de 1985, época que sofreu um acidente de mergulho e ficou deficiente, que a questão da acessibilidade é uma guerra que o grupo vem lutando para conquistar. “Na cidade não há sinal sonoro e muito menos uma sinalização adequada para as pessoas com deficiências. Andar por São Luís é uma verdadeira guerra diária”.
Segundo dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Maranhão, aproximadamente 919.930 pessoas têm algum tipo de deficiência e a visual, é a mais significativa com um público de 685.485.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
Luta pela causa
“No momento, a nossa principal bandeira é lutar pela acessibilidade das pessoas com deficiência. Hoje, 16,13% da população maranhense tem algum tipo de deficiência seja visual, que ainda é uma das maiores, física e dentre outras. Representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, de Fórum e Entidades Civis estão defendendo de forma contínua os direitos desse grupo mesmo que isso seja de forma judicial”.
Fonte: Jornal O Imparcial
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