Uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão com os secretários Aloísio Mendes e Fábio Gondim, do Planejamento, realiza-se na próxima quinta-feira na Sala das Comissões do Poder Legislativo. O objetivo da reunião é ambicioso: tratar de 18 itens da pauta do Plano de Cargos e Carreira, cujo diálogo foi iniciado ano passado com o governo.
A segurança é a pauta principal de todos os movimentos políticos do Estado neste momento. A greve dos delegados não se encerra nem sequer sugere qualquer possibilidade de acordo com o governo do Estado. Uma audiência pública convocada para Zé Doca pelo deputado Neto Evangelista a fim de tratar da questão da segurança pública na região do Alto Turi expôs a temerária situação vivida não só pelos moradores daquela região, mas por todos os maranhenses.
As comunidades denunciam o tráfico de drogas e de madeira, o crime organizado, a falta de estrutura policial e a violência no trânsito. Tudo isso e a Comissão de Segurança da Assembleia ainda tenta encontrar meios de consolidar as conquistas de categorias dos bombeiros e militares.
Este é um setor no qual a população não pode sentir o vazio de poder que se instala, e na audiência em Zé Doca os moradores disseram com todas as letras que a atual situação de insegurança reflete a falta de atenção dos governos estadual e municipal. “As pessoas se sentem prisioneiros em suas próprias casas, e o maior responsável por essa situação é o governo que administra o dinheiro publico”. O desabafo da vereadora Lindalva Serra Barros soa-nos, inclusive, incontestável.
Não cabem mais desculpas, essa é a realidade. Não adianta anunciar concursos públicos que nunca acontecem, nem alegar o tempo de formação de oficiais das polícias civil e militar se, de um modo ou de outro, a população vai ter que conviver com uma polícia descontente.
Algumas declarações, como a do juiz Rogério Rondon, de que “não conseguiremos mudar esse quadro sem uma ação direta preventiva e sem o apoio efetivo e elaborado das polícias”, deveriam soar como uma sineta de alerta nos ouvidos do governo.
Há também questões que são repetidas, como a ausência do Ministério Público e dos gestores municipais da região na audiência, a necessidade de ampliar a atuação da Defensoria Pública, pregada pelos deputados Bira do Pindaré, Roberto Costa, Neto Evangelista e Raimundo Louro, ou a união de todos, independentemente de questões político-partidárias, opinião do deputado Roberto Costa.
Tudo isso já se viu e ouviu em ocasiões diversas, inclusive a idéia de que a criminalidade está associada à desigualdade social, do deputado Bira do Pindaré, que vê as questões fundiária, de educação e de saúde como motores da violência e da insegurança.
Não se trata de má vontade, nem ceticismo. Os deputados estão agindo como podem, mas o governo precisa agir também, modificando, inclusive, esse modelo de segurança que privilegia áreas e setores. E a única resposta concreta do Poder Executivo será o combate efetivo ao crime organizado e ao tráfico de drogas, a redução do número de assaltos e homicídios, a reestruturação da polícia e o respeito às reivindicações das polícias civil e militar, corpo de bombeiros e delegados de polícia do Maranhão. Sem isso, o caos tende a permanecer na segurança pública do Estado.
Fonte: Jornal Perqueno
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