Empresa se une a órgãos para debater o combate à exploração sexual de meninas

30/06/2011 #Administração

 

A Rede LFG em São Luís, associada ao Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão (ICE-MA) e representada pelo Instituto de Estudos Jurídicos, realizou no dia 19 de maio, o painel Mecanismos de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Maranhão. Com foco na atuação jurídica, o evento teve o intuito de apoiar a campanha nacional de combate à exploração sexual, “Faça Bonito” e fez parte das ações de responsabilidade social do grupo.

Dados disponibilizados pela Pastoral da Mulher mostram que São Luís aparece como local mais propício para saídas de jovens com destino à Holanda e à Guiana Francesa via Porto do Itaqui. Como conseqüência, a convocação de adolescentes se torna comum, bem como a exploração sexual dessas meninas-mulheres que permanecem a bordo até a saída da embarcação e, algumas vezes, chegam também a viajar com a tripulação.

Durante o evento, a psicóloga do Centro de Apoio Pe. Marcos Passerini, Nelma Pereira, argumentou que os mecanismos de exploração sexual constituem formas de coerção e violência, o que pode implicar em trabalho forçado e formas contemporâneas de escravidão. “No Maranhão, é comum o tráfico interno de meninas. É importante ressaltar que ver fotografias e vídeos de pornografia também é um mecanismo de exploração sexual”, alertou.

No estado todo, as denúncias de abuso sexual são mais comuns, mas ainda são tímidas, mesmo com o crescimento de divulgação e apuração de casos ocorridos nos últimos anos. Para a perita-psicóloga do Centro de Perícias da Criança e do Adolescente (CPCA), Camila Silva, um dos fatores que contribui para a demora na conclusão dos casos, é o número limitado de profissionais especializados. O receio em denunciar a violência cometida dentro da família também é um fator preponderante para que o número de denúncias ainda não seja o ideal. Às vezes, a família prefere manter um relacionamento de ‘fachada’, do que sair do conforto de expor à sociedade os dilemas do sistema familiar. Um ato de violência familiar modificar não só o psicológico dos envolvidos, mas toda a maneira de se perceber no mundo e, consequentemente, as relações sociais”, avaliou.

O defensor público da Infância e Adolescência, Gabriel Furtado, resumiu de que forma o Judiciário deve se portar ao tratar de assuntos relacionados às crianças e adolescentes: “Para se atuar nessa área é necessário humildade, nenhum órgão da infância e adolescente é um fim em si. Todos devem atuar em cooperação, principalmente quando se diz respeito à violação dos direitos das crianças e dos adolescentes”.

Para dar sua contribuição ao sucesso da campanha “Faça Bonito”, e pela importância de levar discussões como essa para o centro dos debates jurídicos é que a  LFG promoveu o evento.

Fonte: Jornal O Estado do Maranhão   

 

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