A Delegacia de Proteção ao Idoso registrou, de janeiro a maio deste ano, 1.260 ocorrências contra a pessoa idosa. Neste mesmo período, o Centro Integrado de Apoio e Prevenção da Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPVI), da Defensoria Pública do Estado (DPE), realizou 862 atendimentos. Desse total, 204 pessoas sofreram algum tipo de violência. Os números foram apresentados no lançamento da Campanha de Enfrentamento Contra a Pessoa Idosa, nesta segunda-feira, (7), no auditório da DPE/MA.
A campanha, realizada pela Defensoria Pública e parceiros, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a violência contra os idosos e inclui várias atividades como colóquio, seminários, apresentação de peças teatrais e panfletagem em terminais de integração, hospitais e agências. Será encerrada no dia 14, na Praça Nauro Machado, um dia da celebração do Dia Mundial de Conscientização da Violência à Pessoa Idosa.
A abertura da campanha contou com as presenças do novo defensor geral do Estado, Aldy Mello de Araújo Filho; do secretário adjunto da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, Oduvaldo Cruz; dos presidentes dos conselhos Estadual e Municipal dos Direitos do Idoso, Marcos Passinho, e Ivaneide Giacomini, respectivamente; da coordenadora do Centro de Apoio e Prevenção contra a Violência à Pessoa Idosa (Ciapvi), Izabel Lopizic; além de várias pessoas da terceira idade.
Número da violência - O índice de violência contra idosos no país, segundo informou o defensor geral, aumentou a ponto de hoje ser encarado como um grave problema de saúde pública. No Maranhão, os idosos representam 7,3% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).
"O objetivo da campanha é mobilizar o setor público e a sociedade civil no sentido de que apresentem suas ações e seus programas relativos ao combate e à prevenção contra a violência ao idoso. Vale ressaltar que o IBGE aponta o Brasil como o sexto maior país em número de idosos", disse Aldy Mello.
Na avaliação da coordenadora do Ciapvi, Izabel Lopizic, a violência contra idosos sempre existiu e, hoje, tem mais visibilidade por que as pessoas estão se conscientizando de seus direitos e tendo oportunidade de formular denúncias. "Atualmente, existe no Maranhão uma rede de atendimento que garante a defesa dos direitos dos idosos", destacou a coordenadora.
O aposentado Manoel Moura Ramos, de 87 anos, disse que as campanhas são importantes para chamar a atenção da sociedade para os problemas ligados ao setor da terceira idade.
"A campanha é um apelo para que as pessoas observem como vivem os idosos ao seu redor. Muitas vezes, o próprio idoso não tem coragem de denunciar sua agressão, então é importante que outras pessoas que vejam essa agressão denunciem, porque a maioria das vezes ela é feita por membros da própria família", observou Moura.
Tipos de violência
Os casos de violência contra o idoso são variados: danos morais, constrangimento ilegal, violação em domicílio, estelionato, descriminação de pessoa idosa, injúria, calúnia e difamação, entre outros.
O maior número de registro é de violência psicologia, seguido de abuso financeiro e negligência. A grande maioria agredida é formada por mulheres. As vítimas do sexo masculino sofrem mais com a violência fora do ambiente familiar.
Onde e como denunciar a violência contra a pessoa idosa
- Defensoria Publica, na Rua da Estrela, 421, Centro;
- Delegacia do Idoso, na Beira Mar;
- Promotoria do Idoso, na Avenida Calos Cunha, bairro do Calhau;
- Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, na Rua Saavedra, 160, Centro;
- Conselho Estadual dos Direitos do Idoso, na Rua da Palma, 19, Centro;
- Pelos telefones: (98) 3221-6110, 3221-3381, 3219-1816, 3214-1076, 3231-3733;
- Pelo Disque-Denúncia 03003135800.