Moradores do Alto da Esperança cobram posicionamento da Vale
28/04/2009 #Administração
Os moradores do Alto da Esperança reivindicam, por meio da Defensoria Pública, que a empresa Vale tome um posicionamento definitivo sobre a atual situação de calamidade, que a comunidade está passando, por conta das últimas chuvas que provocaram uma verdadeira tragédia no bairro. Isso ocorre, porque em 1970 as pessoas que moravam no entorno da praia do Boqueirão tiveram que ser remanejados por conta da implantação da Estrada de Ferro Carajás e do Porto Ponta da Madeira. Depois de indenizados, os moradores foram transferidos para um loteamento situado no Alto da Esperança, onde construíram suas casas. Mas, por se tratar de uma região de aterro, o solo começou a se deslocar, devido ao excesso de chuvas e provocaram sérios danos estruturais às casas construídas nessa área.
Segundo o defensor público Alberto Guilherme Tavares, a Defensoria tem assistido a comunidade e junto com a Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) tem tido consideráveis avanços nas negociações perante a Vale, como o benefício do Aluguel Social pago a 54 famílias, no valor de R$ 243 mil. "Insistimos que a Vale apresente imediatamente uma solução definitiva para resolver a situação destas pessoas que perderam suas casas e não podem arcar com um prejuízo que foi causado por terceiros. A empresa condicionou sua posição mediante a conclusão e apresentação de um laudo técnico realizado por eles no último dia 10. No entanto, até o momento nada foi apresentado e a empresa se mantém calada", declarou.
Aterro reprovado - De acordo com o representante comunitário, José Ribamar Moraes, várias vistorias já foram solicitadas ao Crea-MA e à Defesa Civil, e em todas elas o aterro feito no solo foi condenado. "É claro que Aluguel Social é importante, mas queremos nossas casas de volta. Não podemos viver a vida inteira recebendo menos de um salário mínimo e pagando uma coisa que não é nossa, queremos nossos imóveis que é a garantia de um teto para nossos filhos futuramente. Até o momento as ruas Profeta I e II, rua da União e Dom Henrique estão comprometidas, mas gostaríamos que a Vale refizesse um estudo em todo o bairro, pois a compactação do terreno não foi feita de forma correta. E mais de 100 pessoas já perderam suas casas e outras 50 estão vivendo em área de risco. Queremos que ela escolha em nos indenizar ou em construir nossas casas em um lugar mais seguro", comentou.
Tanto a Defesa Civil quanto a Vale solicitaram ao Crea-MA um laudo de vistoria no Alto da Esperança, onde a primeira solicitou a verificação de existência de deficiências estruturais nos imóveis, em julho de 2008, e a segunda, verificação e avaliação das condições de segurança dos maciços terrosos e residências sobre eles edificadas, em dezembro de 2008. Na conclusão do laudo da Defesa Civil, o Crea atestou que tratava-se de uma área aterrada sem as observações técnicas das Normas da ABNT e por isso deveria ser feito um trabalho aprofundado de sondagem local, para o conhecimento do tipo de terreno natural abaixo do aterro. Além de um monitoramento das evoluções dessas anomalias no sentido de minimizar os prejuízos causados aos moradores e evacuando as áreas de risco.
A conclusão do laudo solicitado pela Vale sugeriu um estudo de solos a fim de que fosse conhecido o perfil geológico do terreno em apuros e a remoção dos moradores sob custódia financeira da própria mineradora. A comunidade já preparou uma agenda de manifestações na busca de soluções por parte da empresa. E a Defensoria Pública explicou que esgotará todas as formas de negociação antes de recorrer a Justiça. "Quando a Vale se comprometeu em ajudar os moradores desabrigados da respectiva área, afirmou que ajudaria as 54 famílias iniciais com o valor de R$ 243 mil e que este valor seria suplementado para ajudar as demais famílias que necessitassem. No entanto, o valor não foi acrescido e o município é quem tem arcado com o ônus e mantendo o restante dos desabrigados", afirmou o Defensor Marcelo Tavares.
Vale esclarece sobre a situação das famílias do bairro Alto da Esperança
Como empresa socialmente responsável, a Vale está empenhada em contribuir com as autoridades locais para encontrar uma solução definitiva para a situação dos moradores do bairro Alto da Esperança.
A Vale, dentro de sua política de responsabilidade social e em solidariedade à comunidade do bairro Alto da Esperança, está apoiando o poder público com o aluguel social para as famílias que estão com suas casas sob risco ou que perderam seus imóveis em decorrência das chuvas.
A atuação da Vale está sendo feita em parceria com os órgãos públicos envolvidos com a questão, com os quais participou, juntamente com a comunidade, de reuniões sucessivas na busca por soluções definitivas para o caso.
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