Os moradores do Residencial Eugênio Pereira, invasão localizada no bairro Araçagi, fizeram na manhã de ontem, 16, uma manifestação em frente ao Fórum Desembargador Tácito Caldas, no conjunto Maiobão. Os manifestantes querem que a juíza Jaqueline Reis Caracas, da Comarca de Paço do Lumiar, julgue com urgência o pedido de manutenção de posse, de número 653/2007, dado entrada no último dia 12, pela Defensoria Pública Estadual, em favor da Associação de Moradores do Residencial Eugênio Pereira. Eles tiveram suas casas derrubadas no dia 10, após um mandado de reintegração de posse, expedido pela mesma juíza, que teve como requerente Abraão Lincoln Durans Costa.
De acordo com a presidente da União de Moradores do Residencial Eugênio Pereira, Consuelha Silva Soares, o governo do estado cedeu um advogado, por meio da Defensoria Pública, para representar os moradores no pedido de manutenção de posse junto à Justiça. “Se a Justiça deferir em nosso favor, vamos poder construir nossas casas sem medo de que alguém possa mandar derrubá-las novamente. E o objetivo da nossa manifestação é solicitar a urgência na apreciação do processo, pois as famílias estão ao relento, com medo de sair das terras e perderem tudo definitivamente”, declarou.
Consuelha explicou que, mesmo com receio, os moradores vão continuar levantando suas casas, pois não podem permitir que crianças, idosos e gestantes fiquem no meio do nada, pegando chuva, frio e sol. A presidente da União afirmou, também, que na tarde do dia posterior às derrubadas, uma oficial de Justiça de nome Onete voltou ao local e ameaçou os invasores, informando que, caso persistissem com as construções, mandaria prender a todos. A líder do Residencial disse que a intenção não é desacatar ninguém, mas as 300 famílias que residem no Eugênio Pereira continuam todas lá, e por não terem onde morar não irão desocupar a área.
Sonhos destruídos – Os moradores informaram que o protesto seria uma forma de chamar a atenção da juíza para o clamor de famílias que já estão na ocupação há aproximadamente dois anos e que, com a derrubada das casas, não foram destruídos apenas os pertences materiais, mas também os sonhos e anseios de uma comunidade pobre que gostaria apenas de um lugar ao sol. Um exemplo é o pedreiro Walber Gonçalves, 37 anos, que já mora no Residencial há um ano e quatro meses e pediu apenas para que as autoridades olhem para as condições antigas do terreno.
Ele afirmou que o local era usado como ponto de desova, além de servir também como esconderijo para assaltantes e usuários de drogas. “Hoje o terreno é limpo, há várias plantações e não há desperdício de terra. Pois agora sim ela tem uma utilidade, abriga famílias pobres que não têm onde morar”, enfatizou.
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