SÃO LUÍS - A Defensoria Pública do Estado vai propor a
formulação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o intuito de
solucionar o colapso no atendimento de urgência pediátrica nos hospitais
públicos de São Luís. A medida foi anunciada ontem, durante uma reunião do
Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedca),
no auditório da entidade, na rua de Nazaré, Centro,
com gestores em saúde do Estado e diretores de hospitais públicos da capital.
Na rede pública da capital, atualmente há apenas 10 leitos de UTI pediátrica
(para bebês com mais de 30 dias de nascido), 50 UTIs
neonatais, sendo 20 no Materno Infantil, 20 na Maternidade Marly Sarney e 10 na
Bendito Leite. As Unidades de Terapia Semi-Intensivas somam apenas 18 no
Materno Infantil.
"Pela própria estrutura da Defensoria, trabalhávamos a questão como casos individuais.
Mas essa problemática nos fez perceber que trata-se de uma demanda coletiva,
porque estava relacionada a uma série de circunstâncias parecidas, que são as
infecções respiratórias ocasionadas na época das chuvas de verão. Nós vamos,
por isso, verificar todas as possibilidades apresentadas pela Secretaria de
Saúde e propor um Termo de Ajustamento de Conduta, explicou Ana Flávia Vidigal,
defensora-geral do Estado
A despeito de todas as questões estruturais suscitadas, a defensora geral do
Estado acrescentou: "Vamos interagir para saber quais as dificuldades
colocadas, sobretudo acerca do financiamento da gestão em saúde e, a partir
disso, propor, no tempo, uma perspectiva de resolução dos problemas".
Nesse sentido, uma das propostas foi apresentada pelo pediatra Egídio Ribeiro,
adjunto da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Trata-se da reforma na
Maternidade Benedito Leite, com a implantação de sete novos leitos na unidade
intermediária (semi-intensiva). "Isso representa, indiretamente, mais vagas em
leitos na terapia intensiva neonatal, além de maior rotatividade, ou seja,
aqueles pacientes que passaram da fase crítica, que não precisam mais de toda a
aparelhagem eletrônica, mas podem ter alta da UTI e serem internados nas
unidades de terapia semi-intensiva. Essa reforma já está sendo feita. Estamos providenciando a aquisição dos equipamentos e dos recursos
humanos", disse o adjunto da SES.
Egídio Ribeiro mencionou ainda a ampliação, em andamento, da Maternidade Marly
Sarney, na Cohab, com o incremento de leitos de terapia semi-intensiva,
passando dos atuais 10 leitos para 20. Falou também da implantação de mais oito
leitos de mãe-canguru, um tipo de tratamento em que as mães ajudam no cuidado
com os recém-nascidos, mantendo-os aquecidos em contato com os seus corpos.
Contratação
Embora nenhum representante da Prefeitura de São Luís comparecesse à reunião do
Cedca, o adjunto da SES mencionou que o também
adjunto da Secretaria Municipal de Saúde (Semus),
Marcos Pacheco, durante uma reunião na Promotoria da Saúde, ontem pela manhã,
informou que, num prazo de até 15 dias, pretende contratar médicos pediatras
aprovados no concurso da Prefeitura. "Mas ele não nos garantiu que isto vai,
efetivamente, ocorrer. Mas ele disse que esse é o trabalho
que a Semus está executando", ressaltou Egídio
Ribeiro.
Segundo o diretor geral do Hospital Infantil Juvêncio Matos, Cláudio Araújo, o
paliativo encontrado para a unidade de saúde foi a redução das cirurgias
eletivas, isto é, aquelas que não necessitam de urgência, para ampliar o
atendimento clínico. Dessa forma, dos 22 leitos do setor cirúrgico, 18 foram
transformados em leitos clínicos, o que elevou de 44 para
"No ambulatório, o atendimento médio diário é de 200 pacientes. Muitos deles vêm do interior do Estado, de municípios que poderiam
tratar doenças como pneumonia, por exemplo, e outros males comuns nesta época
do ano, conseqüência do período de chuva", disse Cláudio Araújo.
Ainda no tocante ao TAC proposto pela Defensoria Pública, segundo explicou o
presidente do Cedca, Sálvio Dino, o Conselho vai
acompanhar a execução de todas as políticas públicas que estão sendo
implementadas no âmbito estadual, bem como contribuir na formulação de tais
políticas. "O Conselho quer se integrar a toda essa discussão, para que
possamos trabalhar conjuntamente com os demais órgãos públicos, na pers-pectiva de que tenhamos uma me-lhoria
no atendimento às crianças", declarou Sálvio Dino.
A precariedade no atendimento de urgência pediátrica
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