Isabella Carminatti: “A Defensoria Pública é o melhor lugar do mundo”

05/06/2025 #Administração
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O olhar sensível e atento aos casos envolvendo vítimas de violência de gênero é um dos diferenciais da atuação da defensora pública Isabella Carminatti, na cidade de Coroatá, interior do Maranhão. Desde que tomou posse na Defensoria Pública do Estado, em 2022, ela tem se dedicado, com especial atenção, à defesa de mulheres em situação de violência doméstica — uma causa que, para ela, vai além do exercício profissional. “Defender cada uma das vítimas que me procuram é, sobretudo, exercer o meu próprio direito de ser mulher”, afirma com convicção.

 

Titular no núcleo regional de Coroatá, com atribuição majoritariamente penal, Isabella atua em audiências, júris e acompanha a execução penal, incluindo os atendimentos na unidade prisional da cidade. Sua vivência inclui casos impactantes, como o de uma mulher injustamente acusada de corrupção — que teve a inocência reconhecida após sua defesa — e o de uma senhora absolvida por um júri formado exclusivamente por mulheres, após matar o homem que tentou estuprá-la.

 

Apesar dos inúmeros desafios — o volume de processos, o desgaste emocional e o enfrentamento de um sistema que muitas vezes ignora os direitos dos mais vulneráveis — a defensora pública se mantém firme na missão de transformar realidades.

 

“É importante que a sociedade enxergue a Defensoria Pública como um lugar de acolhimento, respeito, confiança, responsabilidade e ética. Lidamos diariamente com vidas que precisam sobremaneira de nós. Costumo dizer que o meu papel é resolver os problemas das pessoas. Para isso, é importante nunca perder o olhar atento a cada caso, a cada processo, a cada atendimento realizado. E meu maior desejo é esse: que eu nunca esqueça a responsabilidade que meu cargo exige”, destaca a recifense de nascimento, mas cuiabana de criação.

 

E foi no Estado do Mato Grosso, pelo idos de 2009, que Carminatti teve o primeiro contato com a missão da Defensoria Pública, ainda cursando a graduação de Direito. Na DPE-MT, foi estagiária, assessora jurídica e por último obteve aprovação no concurso de analista-advogada. Mas em 2017 a defensora tomou uma decisão corajosa: pediu exoneração do cargo que ocupava para se dedicar exclusivamente à preparação para concursos. Aprovada para os quadros da Defensoria Pública do Acre, do Maranhão e da Bahia, optou por seguir carreira na terra do poeta Gonçalves Dias, onde vem construindo uma atuação marcada por humanidade, técnica e empatia.

Passados três anos de sua posse na DPE maranhense, Isabella Carminatti diz que só tem a agradecer à instituição que lhe garante todo o suporte estrutural, bem como atenção e respeito.     

 

Conciliar a intensa rotina profissional com a vida pessoal também não é tarefa simples, especialmente quando a família está longe. A defensora mantém os laços afetivos com os parentes que vivem em Cuiabá por meio de ligações diárias e visitas anuais. Já em Coroatá, ela construiu uma rede de convivência afetuosa com colegas de profissão — juízes, promotores, defensores e servidores com quem divide não só o trabalho, mas a vida. Nos momentos de folga, valoriza o descanso e os bons encontros. 

 

A quem sonha ingressar na Defensoria Pública, ela deixa um conselho sincero e inspirado por sua própria trajetória. “Para ser defensor público, é preciso ter um perfil muito específico: compaixão no olhar e amor pelas pessoas. Se o seu objetivo for pautado exclusivamente na remuneração, escolha outra carreira. A Defensoria exige humanidade, disposição para estudar muito, resiliência para enfrentar frustrações diárias e criatividade para encontrar soluções jurídicas em cenários adversos. Mas posso garantir: a Defensoria Pública é o melhor lugar do mundo”, finaliza Isabella Carminatti. 

 

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