Encontro promovido pela Escola Superior da Defensoria debate Direito e Literatura

02/08/2019 #Administração
img

Foto:

O auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA) recebeu, na tarde desta quinta-feira (1º), a mesa “Direito e Literatura: contemporaneidade e o absurdo em Kafka e Camus”, atividade promovida pela Escola Superior da instituição. O evento foi prestigiado por muitos profissionais das carreiras jurídicas, escritores, pesquisadores e acadêmicos.   

Aberto pelo defensor público-geral do Estado, Alberto Pessoa Bastos, o evento teve como palestrantes o professor Agostinho Ramalho Marques e a promotora Ana Luiza Almeida Ferro. A conversa foi mediada pela defensora pública Lindevania Martins e pelo advogado Alexandre Maia Lago.

O objetivo do encontro foi estabelecer conexões entre o Direito e a Literatura a partir de dois autores que são referência nesse diálogo entre as duas disciplinas: Albert Camus e Franz Kafka, cujas obras se debruçaram com afinco sobre o fenômeno jurídico.

Debate - Os palestrantes e mediadores têm muitas afinidades. Os quatro se encontram, em seu cotidiano, no cruzamento entre Direito e Literatura, trabalhando tanto com a técnica jurídica, como operadores do direito, quanto com a técnica do fazer literário, enquanto escritores.

Para o advogado e escritor Alexandre Maia Lago, o modo como a literatura lida com a realidade difere do modo como a ciência jurídica o faz. “Indo além, a literatura questiona a prática jurídica e os valores que a norteiam, lançando sobre a mesma uma série de reflexões”, assinalou.

A defensora pública Lindevania Martins, autora de várias obras de ficção, falou da importância de trazer para o debate a obra atual de Camus e Kafka, com as discussões que ambos os autores trazem: “A mídia brasileira se encontra permeada por notícias oriundas do mundo jurídico. A literatura nos oferece uma perspectiva para tentar interpretar e compreender o que acontece”.

Dedicando sua fala a analisar aspectos da obra de Kafka, o professor Agostinho Marques, após elogiar a iniciativa do encontro literário, descreveu como “inesgotável” a articulação entre Direito e Literatura. “Mesmo que nos limitemos aos estudos de apenas duas publicações desses autores, “O Processo”, de Kafka, e o “O Estrangeiro”, de Camus, por exemplo, há uma potencialidade praticamente infinita de possibilidades e elaborações”, disse.

   Na palestra sobre Camus, Ana Luísa Ferro iniciou sua fala trazendo o conto “Na Colônia Penal”, escrito por Franz Kafka, um dos principais influenciadores da obra do autor argelino. “Mas o que é mais importante é observamos o tema caro aos dois, que é a Justiça. Mas enquanto Kafka lida mais com a forma da Justiça, Camus era mais preocupado com o conteúdo”, assinalou a escritora, que também se debruçou na biografia de Albert Camus. 

Ao elogiar a iniciativa, Alberto Pessoa Bastos apontou a relevância do evento: “A Defensoria se tornou referência no Maranhão e para nós é muito importante estabelecer esse tipo de diálogo com a comunidade, já que o Direito também é um fenômeno cultural”, destacou.

 

Galeria

Deixe o seu comentário

Qual o seu nível de satisfação com essa página?

ATRICON