Foto:
A sétima edição da Semana dos Povos Indígenas, promovida pelo Governo do Estado foi aberta na manhã da última quarta-feira (9) com a presença de representantes dos 11 povos indígenas do Maranhão, além de diversas autoridades, dentre elas o defensor-geral do Estado, Werther de Moraes Lima Junior. A programação, realizada pelas secretarias estaduais de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Cultura e Turismo (Sectur) e do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, encerrou na última sexta feira, dia 11, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, com oficinas, danças e cantos, mesas redondas e exposição apresentando a diversidade do patrimônio material e imaterial da cultura indígena.
Durante seu discurso, o gestor da Defensoria Pública falou sobre a concepção da data especial para o índio, entretanto ressaltou que ações práticas e diárias devem ser disseminadas para o protagonismo indígena. “Há 22 anos a Organização das Nações Unidas estabelecia o dia nove de agosto como dia internacional dos povos indígenas. Apenas um dia de comemoração e sensibilização quanto ao respeito aos direitos e cultura indígena não é suficiente. É preciso mais. E é na busca deste respeito que colocamos a Defensoria à disposição para lutar pela garantia e proteção dos índios e dos direitos humanos como um todo”, ressaltou.
Na abertura do evento, indígenas do Povo Tenetehara subiram ao palco Guilherme Telles para saudar a todos com canto e dança circular tradicional que emocionou o público presente. “Este canto se chama ‘Ai Kwê Kaa Wara Turu Kwey’, que significa ‘Lá vem a dona floresta’, e sempre cantamos ao iniciar os trabalhos na floresta, alegrando os espíritos e as almas”, explicou Milton Bento de Sousa Guajajara, índio do povo Tenetehara.
O titular da Sedihpop, Francisco Gonçalves da Conceição, falou da importância do evento como espaço de diálogo e reconhecimento das identidades dos povos indígenas. “Gostaria de saudar especialmente os caciques, conselheiros, mestres indígenas e todos os povos que vivem no meio da mata e ressaltar que a defesa dos direitos indígenas não é apenas um direito destes povos, mas de todos nós no que diz respeito à defesa da natureza. Esta semana é importante para nos fazer aprender o nome dos povos porque quando se aprende a identificar o indígena pelo seu nome, aprendemos a reconhecer sua cultura e reconhece-lo como parte do seu território, construindo cumplicidade, solidariedade e empatia. Precisamos construir novas alianças políticas com os indígenas e o lutar pelo direito de todos nós com a Mãe Terra”.
Diálogos - Os desafios e perspectivas dos povos indígenas no Brasil foi o tema do debate com a presença do coordenador do projeto Nova Cartografia Social e Política da Amazônia, o antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida, e da coordenadora da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sônia Bone Guajajara. O antropólogo explanou a atual crise política nacional que tem ameaçado as conquistas históricas dos direitos dos povos indígenas, especialmente o direito de propriedade dos territórios, motivado pela disputa de poder das elites econômicas apoiadas pela bancada ruralista no Congresso Federal.
Há 72 dias
Há 72 dias
Há 72 dias
Há 72 dias
Qual o seu nível de satisfação com essa página?