A Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), por meio do Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra o Idoso (Ciapvi), participou nas últimas semanas de uma série de visitas domiciliares com o objetivo de apurar denúncias de maus-tratos e abandono praticadas contra idosos em São Luís. Na última terça-feira (26), no bairro Sol e Mar, acompanhada também pelo Ministério Público culminou no resgate de uma senhora de 92 anos, que vivia em cárcere privado e precisou ser encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi por estar muito debilitada. A ação resultou, ainda, na prisão do filho da idosa, de 53 anos.

No dia 21 de julho, em outra inspeção, representantes da DPE/MA, Tribunal de Justiça e MP integraram força-tarefa que confirmou denúncia sobre atos de maus-tratos praticados por quatro filhos contra a própria mãe, uma idosa de 69 anos, residente no bairro do Diamante. A ação conjunta resultou na expedição, de mandados de prisão para quatros dos cinco filhos da idosa. Neste mesmo dia, a equipe foi acionada para acompanhar, no bairro do Anjo da Guarda, o caso de uma idosa de 92 anos que perdeu o imóvel onde morava porque uma das netas vendeu a casa e sumiu com o dinheiro.

Também neste mês, a DPE esteve, no bairro da Madre Deus, na casa de um senhor de 86 anos, para apurar situação de abandono e negligência denunciada por vizinhos. O caso já está sendo apurado pelo Ministério Público.  

Além das visitas domiciliares e inspeções desenvolvidas também em conjunto com outras instituições, o Ciapvi, da DPE/MA, mantém uma rotina de atendimentos na sede, onde são prestadas orientações e realizadas mediações com idosos e familiares, com foco no combate e prevenção às violências. De janeiro a junho deste ano, o Centro recebeu mais de 510 denúncias relacionadas à violação dos direitos desse segmento. Durante todo o ano de 2016, foram 810 registros.     

Com grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, casos como este, segundo a assistente social Isabel Lopizic, coordenadora do Ciapvi, têm favorecido um número maior de denúncias. “A nossa intenção com a exposição desses dramas familiares é, principalmente, fazer com que outras pessoas que testemunharam ou têm conhecimento de casos de abandono, maus-tratos ou qualquer outra prática contra idosos, procurem a Defensoria, a Promotoria, o Judiciário ou os Centros Especializados e de Referência em Assistência Social. Podendo ser denunciados a qualquer momento, os agressores pensarão duas vezes antes de praticar esses atos contra os seus idosos”, observou, lembrando também do canal do Dique-Denúncia do Maranhão, que atende pelo número 3223-5800. O defensor público estadual Igor Souza Marques participou das diligências ocorridas no bairros Diamante e Anjo da Guarda.