Com o objetivo de estimular a implementação de políticas públicas e, consequentemente, a oferta de serviços às mulheres em situação de violência, a Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), por meio do Núcleo de Defesa da Mulher e População LGBT, e demais instituições que atuam em prol do segmento, se reuniram, no auditório na Defensoria, para discutir a criação de um mestrado na área da violência de gênero. 

A defensora pública Lindevania de Jesus Martins Silva, que representou a Defensoria na reunião, informou que a ideia principal é de que essa pós-gradução seja interdisciplinar, abarcando duas áreas muito sensíveis para a problemática, a área da Saúde e a área do Direito.

Em função da articulação com a área da saúde, a assessora técnica do Ministério da Saúde Katia Souto, que estava no Maranhão para a Conferência Estadual da Saúde das Mulheres, participou das discussões, falando sobre a viabilidade técnica do mestrado. Katia assinalou que a Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz, já possui algumas iniciativas na área, numa perspectiva interdisciplinar, inclusive no Nordeste, destacando que a Fundação possui 32 programas de pós-graduação, inseridos em dez áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A defensora Lindevania ressaltou a importância da criação da pós-graduação e da sua contribuição para a luta pelo fim da violência contra as mulheres e a equidade de gênero.  “Ao pensar num mestrado em violência de gênero, estamos pensando em construir um futuro próximo em que as mulheres, com seus recortes de raça, classe e orientação sexual, bem como integrantes da comunidade LGBT, visto que também são perpassados pelas questões de gênero, possam viver com mais dignidade”.

Em sua manifestação, ela ensejou ainda que esses segmentos vulneráveis possam contar com instituições fortes em constante aperfeiçoamento para poder lutar por essa dignidade. Instituições focadas em construir instrumentos mais eficazes no enfretamento da violência, sempre avaliando o que já se tem construído e pensando na produção de novos instrumentos e técnicas, defendeu.

Estiveram presentes na reunião, ainda, a representante do Fórum Maranhense de Mulheres, a assistente social Silvia Leite; a delegada de polícia Kazumi Tanaka, da Coordenação de Delegacias da Mulher (Codevim), a professora universitária e coordenadora do grupo de Pesquisa Geramus, Silse Teixeira de Freitas Lemos; a ouvidora das Defensoria Pública do Estado, Rosicleia Machado Costa; a professora universitária e integrante do Fórum LGBT, Sílvia Melônio; Vanessa da Silva, representante da Semcas, entre outras.