A Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), por intermédio do seu Centro Integrado de Apoio e Prevenção contra a Violência à Pessoa Idosa (Ciapvi), foi uma das instituições parceiras na realização, na última quinta-feira, da primeira edição do projeto “Oficina de Parentalidade”, promovida pelo Núcleo de Conciliação do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), Fundação da Cidadania e Justiça. Durante a iniciativa, os casais foram ouvidos e orientados a assumir suas responsabilidades perante os filhos, mantendo um ambiente saudável e harmônico após a separação.

Na ocasião, representando a Defensoria Pública estadual, as assistentes sociais Isabel Lopizic, coordenadora do Ciapvi, e Raimunda Lima Miranda, atuaram como instrutoras em uma das etapas da oficina. “Nós atuamos na perspectiva de contribuir na melhoria das relações familiares dos envolvidos em conflitos jurídicos, haja vista a habitual prática do Ciapvi  em mediação e conciliação de conflitos, como uma proposta interventiva, que visa solucionar as relações familiares conflituosas no âmbito extrajudicial”, observou.

Segundo ainda informou Isabel Lopizic, a iniciativa do TJ/MA visa oferecer ajuda aos casais que buscam a Justiça para a solução de questões familiares, transformando-os em protagonistas da solução de seus conflitos, de forma a assumirem a responsabilidade pela vida de seus filhos.

Na abertura do evento, o presidente do Núcleo de Conciliação, desembargador José Luiz Almeida, falou sobre a importância do projeto – inédito no Maranhão e com experiências bem-sucedidas em vários estados do país -, enfatizando a instituição família e a necessidade de se estabelecer o diálogo e a paz nas relações parentais.

“Estamos muito felizes pelo pioneirismo da iniciativa no Maranhão. O Poder Judiciário tem consciência da importância do tema – extremamente sensível por envolver pais e filhos – e, por esse motivo, pretendemos, a partir desse primeiro momento, nos aperfeiçoar e promover diversas edições do projeto, orientando as famílias a buscarem novas vias de solução de conflitos por meio do diálogo. É fundamental que os pais assumam suas responsabilidades perante suas vidas e a de seus filhos. Afinal, fora da família não há salvação”, pontuou o desembargador.

As diversas atividades (bate-papo, filme, música, desenhos, lanches) desenvolvidas com os pais, as crianças e adolescentes, foram coordenadas por instrutores e facilitadores devidamente capacitados - assistentes sociais, psicólogos, servidores do Núcleo de Conciliação, do TJMA e de órgãos parceiros (a exemplo da Defensoria Pública e de instituições de ensino).

Participantes – As famílias participantes foram indicadas pelas Varas da Família de São Luís, onde possuem processo em andamento. Os pais receberão certificado de participação, como forma de incentivo.

A atendente de farmácia e estudante, Flávia Maria Santos, mãe de duas adolescentes e uma criança, faz parte de uma das famílias – em situação de conflito – atendidas durante o evento. Emocionada, ela disse esperar que, a partir dos ensinamentos transmitidos pelos facilitadores, a “relação” com o ex-marido melhore, de forma a não prejudicar mais os filhos.

“Infelizmente, não mantemos uma boa relação, nos últimos anos, nem ao menos um diálogo, o que tem prejudicado a saúde emocional de nossos filhos. Ao participar da oficina, aprendi que, apesar das dificuldades e conflitos existentes entre nós, devemos priorizar nossos filhos e uma boa convivência com eles, mantendo um ambiente de harmonia e paz”, avaliou Flávia Maria.