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Uma pesquisa feita com 2.285 mulheres entre 14 e 24 anos, com renda familiar de até R$ 6 mil, moradoras de 370 cidades brasileiras, revela que 94% delas já foram assediadas verbalmente e, 77%, sexualmente. O levantamento, feito pela ONG ÉNois Inteligência Jovem, em parceria com Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, foi um dos fundamentos utilizados pela Defensoria Pública do Estado (DPE) na concepção da campanha “Basta de Assédio: Chega de Silêncio!”, lançada nesta quarta-feira (8), durante a programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, na Praça Nauro Machado.
A campanha também utilizou como embasamento os dados relacionados à violência de gênero acompanhados pelo Núcleo de Defesa da Mulher e da População LGBT, da DPE/MA, que desde a sua instalação, em 2011, atendeu aproximadamente 3 mil mulheres, somente em São Luís. Neste mesmo período, os defensores públicos que atuam em ações envolvendo mulheres em situação de violência, na capital e no interior, deram encaminhamento a quase dois mil procedimentos, sendo mais de 90% relacionados a medidas protetivas.
Na abertura da ação social, o defensor-geral do Estado, Werther de Moraes Junior, fez um breve histórico dos entraves e conquistas do público feminino ao longo dos séculos. “Por meio de imposições de normas rígidas e da abnegação, foi negado às mulheres, por muitas gerações, o direito à dignidade de ser humano capaz de pensar, refletir, projetar e contribuir para transformação dos valores sociais. Mas, as mulheres resolveram quebrar os grilhões que as impediam de manifestar as suas potencialidades e deram o grito de independência, que a Defensoria Pública como órgão essencial à proteção dos direitos humanos, tem o compromisso e a honra de fazer reverberar nesta data, em nome da construção de uma cultura que valorize a mulher”, destacou, fazendo referências ao trabalho das defensoras públicas Lindevania Martins e Denise Nepomuceno, titulares do Núcleo da Mulher e idealizadoras do evento.
Com a missão de falar sobre a campanha contra o assédio sexual e moral, a ouvidora-geral da DPE/MA, Rosicléia Costa, explicou que a Defensoria busca, com a ação, prevenir e informar a população sobre as formas de assédio sexual, como expressão de violência contra as mulheres. “Escolhemos o dia 8 de março para lançar a campanha pela simbologia da data, que deve ser vista como um momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres”.
O corregedor da DPE, Antônio Peterson Barros Leal, também exaltou o movimento feminista, lembrando que todos os dias devem ser de homenagens às mulheres. “Com esse evento, a Defensoria também se une às diversas lutas contra a violação de direitos e de enfrentamento à violência que se multiplicam nesta data, e nos levam a refletir sobre a necessidade de combate à cultura machista que ainda está presente na nossa sociedade”. Membro do Conselho Municipal da Condição Feminina, Isabel Costa, elogiou a iniciativa da Defensoria em discutir tema de tão grande relevância, tendo como carro-chefe a promoção de ação social em plena praça pública.
Atividades - A vasta programação do evento em homenagem às mulheres, além da Praça, ocupou também as dependências da sede, na Praia Grande, onde as assistidas e servidoras puderam usufruir de serviços de cuidados com a estética facial, saúde, aferição de pressão e teste de glicemia, vacinação e atendimento na área de fisioterapia e nutrição. Dentre as várias apresentações culturais, chamou bastante atenção pela força e beleza a realizada pelo bloco afro, da comunidade Fé em Deus. Outro momento especial da atividade na Praça Nauro Machado foi o reggae ‘levado’ pela dançarina cadeirante Aracy Campos, que convidou todas as mulheres para sua apresentação. O público também se emocionou com a apresentação da banda Retratos e Canções, formada por grupo de idosos do Sesc, e pelos versos declamados pela poetiza Raimunda Frazão.
A moradora do Solar do Outono, Glória Maria da Silva, de 75 anos, foi uma das três idosas das instituições que participaram da ação social da DPE/MA. “Gostei muito da iniciativa da Defensoria. Além de todas as apresentações culturais, fiquei muito feliz com a sessão de beleza oferecida pela instituição”.
A assistida Rosane Moreira, de 36 anos, que esteve na Defensoria para buscar atendimento na área da Família, também aproveitou para se submeter a uma drenagem linfática. “A Defensoria está de parabéns por esse momento especial direcionado para as mulheres”, afirmou.
De coordenação do Núcleo de Defesa da Mulher, o evento teve o apoio do Núcleo Psicossocial e da Ouvidoria Externa da Defensoria Pública e também a parceria do Sesc, Secretaria Municipal de Saúde, Mary Kay, Instituto Florence e Faculdade Pitágoras.
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