Com a exibição do filme egípcio, ganhador de diversos prêmios, “Cairo 678” (2012), a Defensoria Pública do Estado, por meio do Núcleo de Defesa da Mulher e da População LGBT, realizou no auditório da DPE/MA o "Cinedebate: diálogos sobre violência de gênero".

Após exibição do filme, foi realizada uma roda de conversa com reflexões sobre gênero no Brasil, conduzida pela Prof. Dra. Sandra Maria Nascimento Sousa (UFMA).

A atividade contou com a parceria do Grupo de Pesquisa em Gênero, Identidade e Memória (Geni), da Universidade Federal do Maranhão, que se dedica a esses temas há mais de 15 anos, com a participação ativa da Ouvidoria da Defensoria Pública, além de entidades que integram a campanha pelos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher" no Maranhão.

Ao entrecruzar as histórias de três mulheres diferentes e suas lutas pessoais contra a opressão de gênero, o filme Cairo 678 aborda não apenas tema do abuso sexual, mas traz uma grandiosa reflexão sobre cultura machista, garantia de direitos e emancipação feminina.

A partir da película, a professora Sandra Nascimento apontou como o recorte de classe intensifica essas opressões, sublinhando as diferenças econômicas entre as mulheres em situação de violência. "São sempre as mulheres mais pobres as mais vulneráveis".

A defensora Denise Nepomuceno salientou o quanto o filme se ajustou ao debate proposto e a similitude de situações vividas pelos personagens de ficção às situações por inúmeras mulheres brasileiras. A ouvidora da Defensoria Pública, Rosicleia Costa, apontou o aspecto geracional. Para ela, as mulheres mais jovens não toleram mais certos comportamentos naturalizados no passado.

A defensora Lindevania Martins, que além de compor o Núcleo de Defesa da Mulher e População LGBT também integra o grupo de pesquisas GENI, considerou a experiência muito positiva e afirmou que o núcleo especializado pretende realizar outros momentos de reflexão e debate usando a sétima arte como instrumento.