Ouvidoria da DPE/MA será canal de comunicação para membros, servidores e familiares envolvidos em possíveis atos de suicídio

28/09/2016 #Administração
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Membros, servidores e familiares da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), que apresentarem ou perceberem sinais típicos de atos de suicídio, receberão o apoio da Ouvidoria da instituição, que ficará encarregada de orientá-los e encaminhá-los a atendimento especializado, com ênfase na implementação de ações de prevenção. O anúncio foi feito pelo defensor-geral do Estado, Werther de Moraes Lima Junior, durante a abertura da Mesa de Diálogo, promovida pela instituição, nesta terça-feira (27), com o tema “Campanha de prevenção ao suicídio pela valorização da vida”. O evento foi uma das atividades alusivas ao período conhecido como Setembro Amarelo, de iniciativa do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

A determinação do defensor-geral é também uma consequência do Protocolo de Intenções, assinado este mês, por instituições do Poder Judiciário e Executivo, para a criação de uma rede solidária de trabalho de prevenção ao suicídio, da qual a DPE faz parte. “Esse assunto sempre foi tratado como um tabu, mas depois de uma palestra e saber de um caso de suicídio cometido por uma pessoa do meu ciclo de conhecidos, percebi a necessidade de mudança de postura sobre o tema, tendo como foco o conhecimento. É preciso falar, discutir para definir a melhor abordagem no sentido de ajudar a pessoa que está vivendo esse drama. Com base nisso, a ideia é criar uma sistemática de atendimento dentro da Defensoria que, a princípio, ficará sob a responsabilidade da Ouvidoria e que envolverá também o Núcleo Psicossocial, num intenso trabalho de esclarecimento e conscientização”, explicou Werther Lima Junior.

O subdefensor-geral Emanuel Accioly também ressaltou a importância do engajamento da Defensoria na rede solidária de trabalho de prevenção ao suicídio. “É louvável a iniciativa da instituição em se abrir para debater o assunto, relevante e urgente, contribuindo para evitar e diluir as tristes estatísticas dos casos de suicídio no país”, asseverou. Segundo a ouvidora da DPE/MA, Rosicléia Machado Costa, desde 2014 que o movimento Setembro Amarelo acontece no Brasil, apontando a necessidade de discutir o tema de forma mais abrangente. Destacou, ainda, que através de atividades como esta é possível começar a intervir nesse cenário. “Com a realização de eventos como este, já estamos colocando em prática um dos caminhos, que é a implementação de ações de capacitação e aperfeiçoamento de agentes públicos, políticos e administradores de servidores públicos”.              

Fatores de risco - Membros e servidores participaram da mesa de diálogo, que aconteceu no auditório da Defensoria maranhense. Na programação, o sociólogo José Patrício, técnico do Departamento de Atenção à Saúde Mental, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), expôs os motivos que levaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) a instituir o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio – 10 de setembro. Segundo ele, dados da OMS apontam que mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, os números também impressionam: segundo o Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde, foram registrados 11.821 suicídios em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia. “O suicídio envolve fatores socioculturais, genéticos e ambientais, mas a existência de um transtorno mental é considerada um forte fator de risco para a ação”, disse, ao elencar os mais comuns, dentre eles, a depressão e a bipolaridade.

O encontro mediado pela psicóloga DPE, Márcia Mendes, contou também com a presença da especialista em docência superior e saúde mental, Raquel Arthuro Chaves. “Fiquei muito feliz com o convite da Defensoria Pública, porque há muito tempo que trabalho com saúde mental, e, portanto, é louvável a iniciativa da instituição, uma vez que ajuda os profissionais da área a quebrar tabus. É importante disseminar a informação para que as pessoas saibam como e quando procurar ou oferecer assistência para evitar esses infortúnios”, assinalou a psicóloga, acrescentando que por conta do Setembro Amarelo, teve de intensificar sua agenda de palestras e apresentações sobre o tema. “Foi um mês bastante positivo, onde podemos conversar com muitas pessoas sobre os sinais emitidos por uma pessoa que pretende cometer um suicídio”.  

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