Defensores públicos participam de audiência sobre educação familiar e cultura da paz em Timon

20/07/2016 #Administração
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Os defensores públicos Ricardo Luís de Almeida Teixeira e Cícero Sampaio de Lacerda, com atuação no Núcleo Regional da Defensoria estadual, em Timon, participaram da audiência pública que teve como objetivo debater a segurança pública pelo viés da cultura de paz e educação, realizada na última quinta-feira (14), no Fórum de Timon. O evento contou com a presença do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Cleones Cunha, do cardeal Dom Cláudio Hummes (São Paulo), do bispo de Caxias, Dom Vilson Basso, juízes, representantes do Ministério Público e demais autoridades que compõem o Sistema de Justiça.

Ao longo do primeiro semestre, o Tribunal de Justiça promoveu diversas audiências públicas para ouvir a população sobre o tema. A intenção é que as discussões contribuam para a formação de uma cultura de paz, que respeite as diferenças e combata toda e qualquer forma de violência, inclusive a cometida contra o cidadão sob custódia do estado. Segundo o defensor público Cícero Sampaio, “ao observar aqueles presos, em cenários de trabalho, de atividade cultural, visitando seus filhos ou em oração, isso serviu de grandes reflexões da nossa missão enquanto responsável por ajudar ao cidadão pobre e preso, tendo sempre em mente que valores humanos, independente da religião que se pratique, são nortes importantes para prestar uma assistência jurídica de qualidade”, destacou.

Nessa última audiência, o objetivo foi ouvir a opinião e sugestões das autoridades. "Ainda serão organizadas mais três audiências públicas até setembro, quando finalizaremos o relatório e o entregaremos ao secretário de Segurança Pública do Maranhão, com sugestões para tratarmos da situação grave de segurança não só em Timon, mas em todo o Estado", comentou o padre João Paulo, que ainda é coordenador do movimento "Chega de violência! Chega de extermínio de jovens! Queremos paz!", em Timon.

Um relatório parcial sobre as atividades do movimento foi entregue às autoridades presentes. O desembargador Cleones Cunha agradeceu e elogiou a iniciativa, comprometendo-se em estar atento ao trabalho e às questões de segurança pública. “Se continuarmos passivos à realidade que vivemos, atualmente, vai chegar o tempo em que nós não poderemos mais abrir as portas de nossas casas. O que vocês fazem é gritar por um basta às autoridades! O recado que vocês, jovens, dão é muito claro: de que é preciso mudar o rumo da sociedade”, declarou o presidente do TJMA.

O desembargador frisou que a educação é o ponto de partida para solucionar o problema do aumento da criminalidade no Estado do Maranhão. “Nos últimos anos, nós importamos os grupos criminosos de outros estados e temos grupos que dominam a criminalidade no nosso Estado. E neles, temos jovens de 14 a 18 anos levados pelas drogas e pelo sonho do dinheiro fácil; pela falta de formação na família, na escola”, completou, assumindo um compromisso com a juventude. “Vamos, juntamente com os juízes de Timon, estar atentos. E quando esse trabalho for entregue ao Executivo estadual, eu quero estar presente e dar o meu testemunho”.

Para o cardeal Dom Cláudio Hummes, que está cumprindo agenda em todas as Arquidioceses da Amazônia Legal pelo Vaticano, a sociedade não pode deixar a situação de violência continuar como está. "Como diz o papa Francisco, um dos grandes riscos que corremos é o da indiferença. A cultura de indiferença faz parte da nossa sociedade e isso é a pior coisa, porque nos faz ficar indiferentes ao outro, ao sofrimento do outro". Ele completou: "Sentimos e vemos que algo na sociedade não está certo. Precisamos discutir com coragem. E um desses pontos é a família. O papa colocou a família em destaque, no debate, porque ela tem sido muito desvalorizada nos últimos tempos. A educação, que passa pela família, principalmente, também é um ponto que deve ser debatido. Temos que denunciar, mas tentar construir soluções novas".

Fonte: Ascom TJ com informações da Ascom DPE/MA

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