Usuários sem atendimento médico e sem poder realizar exames em clínicas e hospitais em São Luís. Esta foi a realidade, ontem, durante a paralisação nacional dos médicos associados a operadoras de planos de saúde, que durante 24 horas não atenderam aos usuários. Embora os organizadores do movimento tivessem garantido que o atendimento de urgência e emergência seria mantido, houve hospital que não atendeu (ver enquete).
A paralisação de 24 horas dos médicos dos planos e seguradoras de saúde é uma iniciativa da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) com o apoio das associações e conselhos estaduais. Entre as reivindicações dos médicos, estão o pedido de autonomia profissional, o respeito às condições de trabalho sem interferência dos planos, o estabelecimento de um contrato de prestação de trabalho onde estejam claras as informações sobre formas de admissão e demissão dos médicos, o reajuste de ganhos e de remuneração e a revisão periódica e anual desse reajuste.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Abdon Murad, a maioria dos planos de saúde paga de R$ 24,00 a R$ 40,00 por consulta. “É um desrespeito”, avaliou. Em caso de consulta particular, o valor médio cobrado, conforme a especialidade médica, é de R$ 150,00.
Na Defensoria Pública do Estado (DPE), defensores de plantão aguardavam reclamações de usuários. O defensor-geral do Estado, Aldy Mello de Araújo Filho, informou que todos os casos de descumprimento da legislação serão informados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador dos planos de saúde, para que sejam tomadas as providências cabíveis quanto à eventual aplicação de penalidades às operadoras dos planos de saúde. Mesmo após a paralisação de ontem, usuários podem recorrer à DPE. O atendimento é gratuito.
Ontem, durante visita a clínicas e hospitais, O Estado verificou usuários sem atendimento. Na clínica Cegine, localizada na Rua Rio Branco (Centro), só o atendimento particular para consultas e exames estava sendo realizado.
Suspensão - No Hospital Aliança, próximo ao Cegine, usuários do plano de saúde Unimed Nacional tiveram o atendimento negado na urgência/emergência. Funcionários do setor de atendimento explicaram que o serviço aos usuários do plano está suspenso por questões administrativas entre a operadora e o hospital, e não por causa da paralisação de ontem.
Já os usuários do plano de saúde Hapvida só tiveram a garantia de atendimento na clínica própria da operadora. Mas, segundo usuários ouvidos, quem tentou marcar consultas ou exames só conseguiu para o fim do mês. Um deles foi o motorista José Antônio Alves de Oliveira, 53 anos.
“Eu tenho o plano Hapvida e vim para marcar consulta com um cardiologista, mas só tem vaga para o dia 25. O problema maior é que a gente marca e, na data, corre o risco de ser despachado sem explicação ou simplesmente com a justificativa de que o médico faltou. Já aconteceu várias vezes comigo de marcar uma consulta ou um exame e não conseguir fazer. Eu tenho problemas de coração e não posso esperar muito tempo para ser atendido”, reclamou o motorista.
Defensoria - O defensor-geral do Estado, Aldy Mello de Araújo Filho, informou que o órgão ficou de plantão para atender aos usuários que tivessem o atendimento negado. Ele lembrou que, durante a paralisação, os setores de urgência e emergência de clínicas e hospitais não poderão se recusar a prestar atendimento aos usuários de planos.
No caso de consultas e exames eletivos, se o consumidor decidir pagar pelo procedimento, diante da negativa de atendimento, o usuário poderá ingressar com ação judicial pedindo o ressarcimento das despesas.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão
Há 61 dias
Há 61 dias
Há 61 dias
Há 61 dias
Qual o seu nível de satisfação com essa página?