Pesquisa sobre violência contra pessoas idosas é apresentada em audiência pública que encerra mês de campanha sobre o tema no Maranhão

05/07/2022 #Administração
img

Foto:

Elas são mulheres, têm entre 60 e 70 anos de idade, exibem a cor parda na pele e recebem, em geral, um salário mínimo para viver. Esse é o perfil predominante dentre as vítimas de violência contra pessoas idosas no Maranhão, de acordo com dados registrados na Defensoria Pública do Estado pelo Ciapvi – Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa. As estatísticas foram analisadas em uma pesquisa científica realizada por professores e alunos do curso de Enfermagem, da Universidade Federal do Maranhão, e o resultado do levantamento foi apresentado na manhã desta terça-feira (05), durante audiência pública sobre o tema.

“Esse estudo se debruçou sobre os casos acompanhados pelo Ciapvi entre 2015 e 2020 e é muito importante porque reforça a nossa luta por políticas públicas de proteção e defesa da população idosa. Nosso objetivo é justamente trazer à tona novas políticas para prevenção de crimes contra idosos no Maranhão”, destacou o defensor público Vinícius Goulart, do Núcleo de Defesa do Idoso.

O encontro, realizado no auditório da OAB, em São Luís, reuniu representantes de órgãos da Rede Nacional de Defesa e Proteção da Pessoa Idosa (Renadi) no Maranhão e marcou o encerramento da campanha de conscientização da violência contra a Pessoa Idosa 2022. Durante o mês considerado “Junho Violeta” a campanha movimentou a capital e o interior do estado, com intensas atividades, como ações sociais e palestras que tiveram como tema “Viver sem violência é o nosso ideal”.

“É uma satisfação poder receber aqui os representantes maranhenses da Renadi. Estamos à disposição para tratar de um tema tão relevante, para unir forças com as instituições e com as pessoas da nossa sociedade. Precisamos garantir direitos fundamentai e uma vida, de fato, digna a essa pessoas que construíram a nossa história”, enfatizou o presidente da OAB-MA, Kaio Saraiva.

Estudo científico

Na audiência pública, o estudo conduzido pelo grupo de pesquisa da UFMA também apresentou que a maior parte dos autores da violência contra as pessoas idosas são parentes, pessoas próximas e que compartilham da intimidade das vítimas, como filhos e netos. Os tipos mais comuns de violência são a financeira ou patrimonial, o abandono, a negligência e a autonegligência.

“Nós, professores do curso de Enfermagem de São Luís e Pinheiro, focamos o nosso estudo sobre a violência contra a pessoa idosa. Os resultados demonstram necessidade de mudanças de atitudes, de pensamentos, de políticas, de ações e condutas na sociedade. A pesquisa científica dá melhor embasamento para essa tomada de decisão”, ressaltou Rafael de Abreu Lima, professor que coordenou a pesquisa.

Após mais de 30 dias de campanha, a coordenadora do Ciapvi, Isabel Lopizic, demonstrou satisfação pelo trabalho em conjunto, mas também grande preocupação diante do cenário de violência contra as pessoas idosas no Maranhão e no Brasil. “A pirâmide etária está mudando e vai mudar cada vez mais. O ideal é viver sem violência em qualquer situação em qualquer idade, em qualquer situação, mas é indispensável enxergar a necessidade de proteção a quem não consegue se defender de tantas violações”, pontuou Isabel Lopizic.

O encontro da Renadi também contou com a participação do boizinho do Sesc Turismo, que abrilhantou a audiência pública com a execução de belas toadas da cultura popular maranhense.

 

Galeria

Deixe o seu comentário

Qual o seu nível de satisfação com essa página?

ATRICON